Saltar para os conteúdos

Enquadramento EAPS

As Equipas de Apoio Psicossocial (EAPS) integram a resposta operacional da ANEPC.

O enquadramento orgânico das EAPS é efetuado pela Divisão de Segurança, Saúde e Estatuto Social (DSSES) da Direção de Serviços de Regulação e Recenseamento dos Bombeiros (DSRRB) da Direção Nacional de Bombeiros (DNB) da ANEPC, que assegura a coordenação e desenvolvimento destas Equipas.

 

 

Estas equipas são chamadas para atuar em caso de morte de bombeiros em serviço, ameaça efetiva de vida como, por exemplo, quando uma equipa de bombeiros fica cercada num incêndio e acaba por não ter danos físicos, mas sentem que a sua vida esteve por um fio, exposição a vítimas mortais, incidentes com crianças, acidentes rodoviários, ou quando os bombeiros lidam com vítimas suas conhecidas, uma situação muito comum nas regiões do interior do país. Em resumo, qualquer incidente potencialmente traumático pode desencadear a ativação das EAPS.

 

As EAPS da ANEPC foram consideradas como aptas para serem ativadas, e consequentemente prestarem suporte psicossocial, a 1 de julho de 2011. Foi definido um período experimental para o seu funcionamento, que correspondeu à fase Charlie do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF), cessado a 30 de setembro de 2011. Em consequência da avaliação desse período experimental, em janeiro de 2012 as EAPS ficaram permanentemente ativas.

 

 

Carta de Princípios das EAPS

Existem três princípios orientadores para a missão destas Equipas que espelham os valores subjacentes à sua intervenção:

  • Fortalecer: As EAPS visam promover a saúde mental dos bombeiros portugueses, potenciando a sua resiliência psicológica;
  • Humanizar: Reforçar que os que socorrem também precisam de ser socorridos, apoiando num momento de fraqueza os que têm de estar sempre fortes;
  • Autonomia: Promover a entreajuda entre colegas e o suporte dos líderes, com vista a restaurar a capacidade dos bombeiros e dos Corpos de Bombeiros de gerir o incidente psicossocial com que se deparam.

 

As EAPS pautam-se por uma ação e metodologia científica transversal, com procedimentos uniformes, alicerçada numa atitude genuína de auxílio profissional, evidenciada por cada técnico que é ativado para intervir em prol dos Bombeiros Portugueses.

 

Distintivo das EAPS

  • O distintivo de identificação das EAPS mostra o símbolo internacional de protecção civil, incorporando os três círculos que representam a missão das EAPS, que simboliza a sua inclusão no Sistema de Proteção Civil Nacional. Os círculos demonstram o foco da atividade das EAPS, nomeadamente, o apoio psicológico de emergência (laranja), o apoio social de emergência (verde) e a promoção da saúde (amarelo).

 

EAPS logo

 

Técnicos das Equipas de Apoio Psicossocial (EAPS)

Os elementos das EAPS são bombeiros que detêm habilitação superior, em Psicologia ou Serviço Social, e que intervêm, enquanto especialistas, prestando apoio psicológico e social aos bombeiros e às suas famílias, junto dos seus pares, assegurando sempre uma abordagem profissional, pautada pela ética e confidencialidade em todas as intervenções.

É mais fácil para um bombeiro expor o que está a sentir, ao falar com um psicólogo que também é bombeiro, que usa a mesma farda e a mesma gíria, do que se fosse um psicólogo civil.

 

 

Candidaturas

Decorre geralmente no primeiro trimestre do ano o concurso para admissão às EAPS da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, exclusivamente para bombeiros que sejam, simultaneamente, psicólogos e assistentes sociais.

Os requisitos para candidatura às EAPS são:

  • Ser bombeiro dos quadros ativo ou Comando de um Corpo de Bombeiros de Portugal Continental;
  • Possuir habilitação académica superior em psicologia (e ser membro efectivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses) ou serviço social;
  • Disponibilidade para frequentar, em regime de voluntariado, formação aos fins de semana e para ativação em situações de emergência;
  • Autorização do Comandante do Corpo de Bombeiros para candidatura às EAPS.

 

Programa de Formação Inicial

Este Programa visa dotar os técnicos das EAPS de conhecimentos teóricos, e principalmente de natureza aplicada, sobre psicologia da saúde ocupacional em geral, psicotraumatologia, psicologia de emergência e mecanismos de apoio social em emergência (do Fundo Social do Bombeiro e da Segurança Social).

A formação é diferenciada para as duas especialidades existentes nas EAPS, nomeadamente a psicologia e o serviço social, quer pelos diferentes conhecimentos de base em termos académicos, quer pelas diferentes funções que desempenham nas missões das EAPS.

Adicionalmente, o programa de formação das EAPS assume-se como um modelo de atuação uniforme a nível nacional, quer ao nível das modalidades, formatos, técnicas e terminologias, em todas as equipas territoriais.

Adicionalmente ao Programa de formação inicial existem anualmente Programas de Formação Avançada, para os técnicos que já integram as EAPS e Exercícios Operacionais descentralizados.

 

 

Estágio de Ingresso nas EAPS

Todos os candidatos que concluíram com aproveitamento o Programa de Formação Inicial das EAPS têm de realizar um estágio com a duração de 1 ano.

No decorrer de todas as intervenções os estagiários das EAPS assumem o papel de observadores. O Chefe de Equipa da missão, no decorrer das intervenções pode identificar algumas tarefas que o estagiário pode desempenhar, com a sua monitorização.

A avaliação do estágio será realizada pela Coordenação Nacional auscultados os respetivos Psicólogos Sénior.

Os candidatos que tenham obtido aproveitamento quer no Programa Inicial de Formação, quer no estágio de ingresso às EAPS, são promovidos à categoria de técnicos das EAPS e adquirem o direito de usar o distintivo das EAPS.

 

Divisão Territorial

As ativações dos vários técnicos, a nível nacional, são realizadas de acordo com a sua proximidade geográfica e disponibilidade, garantindo-se uma cobertura de todo o território de Portugal Continental.

Em 2022 estas Equipas eram constituídas por 48 Psicólogos e 8 Assistentes Sociais.

As EAPS organizam-se de acordo com o princípio da unidade de comando, que determina que todos os intervenientes atuam, no plano operacional sob a dependência de um comando único – a estrutura de Coordenação Nacional das EAPS.

As EAPS, quando ativadas, são autónomas no desenvolvimento das suas missões, pelo que, do ponto de vista técnico e operacional, respondem unicamente à hierarquia definida no seio das EAPS. Quanto ao enquadramento geral na intervenção a decorrer, tal como todos os agentes de Proteção Civil, as EAPS respondem perante o Comandante das Operações de Socorro (COS) do respetivo Teatro de Operações (TO).

 

Missão

As EAPS que integram a resposta operacional da ANEPC realizaram, nos últimos 11 anos, cerca de 700 missões que resultaram no apoio a mais de quatro mil bombeiros e familiares, os quais passaram por eventos potencialmente traumáticos.

A sua missão principal é a de promover o bem-estar psicossocial e aumentar a resiliência psicológica dos Bombeiros para as operações de socorro.

No que diz respeito às áreas de intervenção das EAPS, estas correspondem a quatro eixos distintos e complementares: Preventivo (Intervenção preventiva), Proativo (Intervenção proativa), Reativo (Intervenção psicossocial em emergência) e Exceção (Intervenção em exceção).

EIXO PREVENTIVO: O primeiro eixo caracteriza-se por desenvolver ações de aconselhamento sobre estratégias e procedimentos, numa ótica de promoção de competências, ao nível da gestão de recursos humano, no âmbito da gestão de eventos potencialmente traumáticos, junto dos elementos de Comando; e desenvolver ações de sensibilização sobre gestão do stresse em operações de proteção e socorro, através de seminários, workshops, ações de instrução interna de um corpo de bombeiros e outros.

 

 

EIXO PROATIVO: perante a existência de um teatro de operações de grandes proporções, pode ser projetada uma equipa de apoio psicossocial para a área de apoios e serviços, para efetuar a promoção do tetraedro da reabilitação (hidratação, alimentação, descanso e gestão do stresse) e pré-posicionamento em caso de necessidade de ser prestado apoio psicológico de emergência aos operacionais; e, perante o conhecimento de um acidente ou incidente que se enquadre no âmbito de atuação das EAPS, ativar uma equipa por iniciativa da coordenação nacional.

 

 

 

 

 

EIXO REATIVO: compreende a prestação de apoio psicossocial aos bombeiros expostos a incidentes críticos no decorrer de situações operacionais, bem como aos seus respetivos familiares, por solicitação de um corpo de bombeiros. Exemplos de incidentes críticos são exposição a acontecimentos potencialmente traumáticos, tais como os já acima referidos que envolvem vítimas mortais, incidentes com crianças, situações operacionais envolvendo ameaça efetiva de vida, bombeiros fisicamente ilesos de acidente operacional grave, colegas e chefias de bombeiros sinistrados com lesão grave ou vítimas mortais.

 

 

 

EIXO DE EXCEÇÃO: integra a resposta nacional de apoio psicossocial às populações e operacionais, no âmbito dos Planos Distritais de Emergência e Proteção Civil (PDEPC) e Plano Nacional de Emergência de Proteção Civil (PNEPC).

 

 

O público-alvo das EAPS é, SOBRETUDO, composto por:

  • Bombeiros (intervenção preventiva, proativa e reativa);
  • Comandos dos Corpos de Bombeiros (intervenção preventiva, proativa e reativa);
  • Familiares de bombeiros envolvidos em eventos potencialmente traumáticos (intervenção reativa).

 

Ativação EAPS

A ativação das Equipas de Apoio Psicossocial para prestar suporte a bombeiros ou respetivos familiares diretos, na sequência de eventos potencialmente traumáticos em serviço operacional, é desencadeada pelo Comando do Corpo de Bombeiros de origem dos bombeiros envolvidos.

Esta solicitação deve ser efetuada pelo Comandante do Corpo de Bombeiros ao seu respetivo Comandante Sub-regional (CSREPC). Posteriormente, são desencadeadas as comunicações internas na ANEPC e que vão resultar na ativação das EAPS.

A ativação tem início com um levantamento de necessidades de intervenção, efetuado junto do Comando que ativou as EAPS e de responsáveis adicionais pela gestão do incidente crítico. Consoante a avaliação será definida a constituição e dimensão da EAPS a ser projetada para o local, assim como a intervenção a desenvolver.

Em virtude do caráter voluntário dos técnicos das EAPS, o grau de prontidão para iniciar a intervenção é variável.

O modelo de ativação das EAPS em vigor está esquematizado na seguinte figura:

 

 

Para saber mais:

  • Tel: 214247100
  • Email: apoio.psicossocial@prociv.pt