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Missões EAPS

ENQUADRAMENTO: 

 

As Equipas de Apoio Psicossocial [EAPS] da ANEPC asseguram a prestação de apoio psicossocial aos bombeiros expostos a incidentes críticos potencialmente traumáticos no decorrer de situações operacionais, bem como aos seus respetivos familiares, fazendo parte integrante da resposta operacional da ANEPC.

Os elementos das EAPS são bombeiros que detêm, simultaneamente, habilitação superior em Psicologia ou Serviço Social, e que intervêm, enquanto especialistas, junto dos seus pares, assegurando sempre, quer a abordagem profissional, quer a ética e a confidencialidade em todas as intervenções.

O presente relatório diz respeito às atividades das EAPS no ano de 2023.

 

 

Importa salientar que, uma vez que a maioria dos técnicos afetos às EAPS são bombeiros e integram as EAPS em regime de voluntariado, nem sempre estes apresentam disponibilidade para intervir no imediato aquando das ativações efetuadas. Nestes casos, ou as intervenções são asseguradas pela Coordenação Nacional das EAPS ou, quando tal também não é possível, são asseguradas logo que os técnicos apresentem disponibilidade para o efeito.

 

 

Dados referente a 2023.

 

Refira-se que uma ativação pode implicar várias intervenções, seja com os bombeiros envolvidos na ocorrência e/ou com os seus familiares, bem ainda como pode haver necessidade de eventual aconselhamento aos elementos de comando.

Acresce que uma mesma ativação pode envolver um ou mais técnicos, tendo em conta a circunstância do incidente e o número de elementos previstos a intervencionar.

Importa ainda esclarecer que os follow-up apenas são realizados nas situações em que se justifica e não a todos os elementos intervencionados.

Sempre que ocorre um incidente potencialmente traumático do conhecimento da Coordenação das EAPS, seja através da receção de SMS remetidos pelo CNEPC, seja através da consulta das redes sociais disponíveis ou de informação transmitida por terceiros, são realizados contactos para avaliação de necessidades com um elemento de Comando do Corpo de Bombeiros envolvido.

 

Em 2023 ocorreram 83 ativações, com os meses de julho e agosto a apresentarem o maior número, ambos com 11 ativações.

 

Ocorreram intervenções em 22 Comandos Sub-Regionais de Emergência e Proteção Civil, com destaque para os CSREPC da Grande Lisboa, Área Metropolitana do Porto e Região de Coimbra, com 11, 9 e 7 ativações, respetivamente. Não existiram ativações para os CSREPC do Baixo Alentejo e da Região de Aveiro.

De salientar que a maior percentagem de ativações se destinou a bombeiros, com 67% do total de elementos intervencionados.

 

A principal causa de ativação das EAPS em 2023 foi a gestão de emoções no âmbito do socorro pré-hospitalar (situações em que houve crianças vítimas mortais, vítimas mortais conhecidas, incapacidade de evitar a morte das vítimas, etc.), seguida de situações de desajustamento emocional (situações acumuladas com possível impacto na atividade operacional daquele bombeiro), seguindo-se a intervenção com bombeiros que tenham estado envolvidos em acidentes de viação.

 

 

No que concerne aos timings de intervenção, foram realizados Seguimentos (Follow-up) em todas as intervenções e a grande maioria das intervenções foi realizada 72 horas após o incidente critico que a originou. Salientar que estes timings não refletem o tempo de resposta, pois muitas vezes os pedidos para ativação são realizados algum tempo após o incidente critico.

 

 

Dos vários tipos de intervenção em crise utilizado pelas EAPS, o formato de intervenção utilizado mais frequentemente é o de Intervenção Psicológica em Crise Individual (IPCI). Salienta-se que após uma intervenção é geralmente realizado um seguimento da mesma (Follow-up).

 

Formação das Equipas

Em 2022, um total de 114 técnicos das EAPS e outros profissionais da Cruz Vermelha Portuguesa e da Polícia de Segurança Pública, que intervêm no âmbito do apoio psicossocial a profissionais de emergência, integraram as ações deste plano de formação, promovidas pela DNB/DSSES.